Se você é nutricionista e está começando na profissão — ou mesmo se já atua na área — provavelmente já se perguntou: vale mais a pena atuar como pessoa física (PF) ou pessoa jurídica (PJ)? Essa é uma dúvida muito comum entre os profissionais da saúde, especialmente aqueles que desejam crescer, pagar menos impostos e ter mais autonomia no exercício da profissão.
A escolha entre ser PF ou PJ pode impactar diretamente no seu rendimento mensal, na carga tributária, na organização financeira e até na sua imagem profissional diante de clínicas, empresas, convênios e pacientes particulares. Isso porque, como PJ, você passa a ter acesso a vantagens tributárias, maior flexibilidade para emitir notas fiscais, formalizar contratos, participar de licitações e ser visto com mais profissionalismo no mercado. Por outro lado, atuar como PF pode parecer mais simples no início, mas tende a ser menos vantajoso à medida que sua demanda aumenta e sua renda cresce.
Como pessoa física, o nutricionista paga o imposto de renda com base na tabela progressiva da Receita Federal, que pode chegar a alíquotas de até 27,5%, dependendo da sua renda mensal. Já ao abrir um CNPJ e optar por um regime como o Simples Nacional, a alíquota inicial pode ser de aproximadamente 6%, variando conforme o faturamento e a atividade cadastrada no CNAE.
Além disso, como PJ, você pode deduzir despesas operacionais, como aluguel de consultório, materiais, equipamentos, softwares e serviços utilizados no dia a dia profissional, o que contribui para reduzir ainda mais o valor final dos tributos.
Neste artigo, vamos te mostrar os principais prós e contras de cada opção, quando vale a pena abrir um CNPJ e como tomar a melhor decisão para o seu caso como nutricionista. Com as informações certas, você poderá atuar com mais estratégia, segurança jurídica e planejamento financeiro, construindo uma carreira sólida e rentável.
Entendendo as diferenças entre PF e PJ
Antes de tudo, é importante entender o que significa atuar como pessoa física (PF) ou como pessoa jurídica (PJ) na prática.
Pessoa Física (PF)
Quando você atua como nutricionista na condição de pessoa física (PF), está oferecendo seus serviços em nome próprio, ou seja, com o seu CPF. Nesse formato, toda a sua renda é tributada diretamente com base na tabela progressiva do Imposto de Renda Pessoa Física, que pode chegar a até 27,5% do seu rendimento mensal, dependendo do valor que você recebe. Para o nutricionista que começa a atender muitos pacientes ou firmar parcerias com clínicas e empresas, essa carga tributária pode comprometer significativamente os lucros.
Desde janeiro de 2025, entrou em vigor a obrigatoriedade da emissão da Receita Saúde, um documento fiscal que deve ser preenchido e enviado para a Receita Federal sempre que houver atendimentos de serviços da área da saúde. Essa receita alimenta diretamente o Carnê-Leão, ferramenta usada para recolher o IR mensalmente. Além disso, os próprios pacientes passaram a exigir esse documento, já que ele é essencial para que possam deduzir os valores pagos com saúde em suas declarações de imposto de renda.
Ou seja, o nutricionista PF que não emite a Receita Saúde de forma correta pode enfrentar questionamentos, perder pacientes ou até ficar em situação irregular com o Fisco.
Outro ponto importante: como PF, o nutricionista não pode abater despesas operacionais da base de cálculo do imposto — o que inclui aluguel de sala, softwares de atendimento, materiais ou deslocamentos. Isso eleva ainda mais o valor tributado e diminui sua margem de lucro.
Por fim, atuar como PF também limita oportunidades profissionais, como participar de licitações públicas ou fechar contratos com empresas e convênios, que geralmente exigem um CNPJ e emissão de nota fiscal.
Pessoa Jurídica (PJ)
Ao atuar como nutricionista pessoa jurídica (PJ), você cria um CNPJ e passa a emitir notas fiscais como empresa, deixando de atuar exclusivamente com seu CPF. Isso representa uma grande mudança na sua vida profissional, pois permite que o nutricionista se posicione de forma mais estratégica no mercado. Com o CNPJ, a renda do nutricionista passa a ser tributada de acordo com um regime empresarial, como o Simples Nacional, que possui alíquotas significativamente menores do que as aplicadas na pessoa física — iniciando em 6%, dependendo da atividade exercida e do faturamento da empresa.
Essa transição traz inúmeras vantagens. O nutricionista PJ tem maior liberdade para negociar contratos, seja com clínicas, escolas, empresas de alimentação, convênios ou consultorias. Ele também pode emitir notas fiscais para múltiplos clientes, sem limitações burocráticas, o que amplia suas possibilidades de atuação, inclusive em contratos de médio e longo prazo. Além disso, o nutricionista que atua como PJ pode contratar uma equipe, alugar um espaço próprio, investir em estrutura e até abrir uma clínica nutricional ou consultoria alimentar, criando um modelo de negócio mais robusto e escalável.
Outro benefício importante é a possibilidade de o nutricionista PJ deduzir despesas operacionais da sua contabilidade, como aluguel da sala, materiais, softwares, serviços terceirizados, marketing e transporte. Essas deduções ajudam a reduzir ainda mais a base de cálculo do imposto, garantindo mais rentabilidade para o profissional.
A imagem profissional também muda: o nutricionista PJ é visto com mais seriedade por empresas, convênios e até por pacientes, especialmente quando atua com contrato, recibo e nota fiscal. A formalização gera mais credibilidade e permite que o profissional cresça com segurança, organização e legalidade.
Portanto, se você é nutricionista e deseja escalar sua atuação, aumentar seus lucros e se destacar no mercado, abrir um CNPJ pode ser um passo fundamental para dar esse salto.
Por que tantos nutricionistas estão migrando para PJ?
A principal razão é econômica: atuar como PJ permite reduzir significativamente a carga tributária. Mas não é só isso.
Vantagens de ser PJ
Um dos principais benefícios de atuar como Pessoa Jurídica (PJ) é a significativa redução na carga tributária. Ao se formalizar por meio do Simples Nacional, o profissional pode ter acesso a alíquotas iniciais a partir de 6%, dependendo do tipo de serviço prestado, do CNAE escolhido e da faixa de faturamento. Essa economia é expressiva quando comparada à tributação como pessoa física, que pode chegar a até 27,5% sobre os rendimentos. Com menos impostos, sobra mais recurso para reinvestir no crescimento do negócio, melhorar o atendimento e aumentar a competitividade no mercado.
- Emissão de nota fiscal: Como PJ, é possível emitir nota fiscal eletrônica para cada serviço prestado. Isso transmite mais profissionalismo e confiança aos clientes, além de ser um requisito básico para prestar serviços a empresas, clínicas, convênios e instituições públicas. A nota fiscal garante segurança jurídica, facilita o controle financeiro e evita problemas com o fisco.
- Acesso a crédito: Empresas têm mais facilidade para abrir conta bancária PJ, acessar linhas de crédito específicas com juros menores, além de poder financiar equipamentos, consultórios ou clínicas com melhores condições. Essa estrutura permite que o profissional amplie sua atuação de forma planejada, segura e organizada.
- Liberdade contratual: Como PJ, você ganha mais autonomia para negociar contratos, definir formas de pagamento, prazos e condições específicas com clínicas, empresas, convênios e até instituições públicas. Essa flexibilidade é essencial para firmar parcerias mais vantajosas e atrair novos públicos.
- Expansão: Formalizar-se como PJ permite escalar o negócio. É possível contratar funcionários, montar equipe de apoio e até abrir sua própria consultoria ou clínica, consolidando sua presença no mercado com uma estrutura sólida e profissional.
Riscos e desvantagens de ser PF
- Tributação mais pesada (em média 27,5%): Atuar como pessoa física (PF) pode trazer um custo tributário significativamente mais alto. Os rendimentos são tributados com base na tabela progressiva do Imposto de Renda, podendo chegar a 27,5% sobre a renda mensal, dependendo do valor recebido. Essa tributação incide diretamente sobre o total recebido, sem considerar deduções operacionais, o que acaba reduzindo o lucro real do profissional. Para quem tem uma rotina ativa de atendimentos e uma boa clientela, a carga tributária como PF se torna um grande obstáculo financeiro.
- Retenção de IR e INSS na fonte: Em muitos casos, clínicas, hospitais e empresas contratantes realizam a retenção de IR (Imposto de Renda) e INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) diretamente na fonte. Ou seja, antes mesmo de o valor chegar às mãos do profissional, parte do pagamento já é descontado. Isso compromete o fluxo de caixa e dificulta o controle financeiro. Além disso, os valores retidos devem ser corretamente informados na declaração anual, o que exige atenção para não cair na malha fina.
- Limitações para emitir documentos fiscais: Como PF, o profissional não pode emitir nota fiscal, o que limita as oportunidades de trabalho, principalmente com empresas que exigem esse tipo de documento. A emissão é feita apenas por RPA (Recibo de Pagamento Autônomo), que tem validade legal, mas não oferece a mesma credibilidade e aceitação que uma nota fiscal eletrônica.
- Menor poder de negociação com empresas: Empresas preferem contratar profissionais formalizados com CNPJ por questões fiscais e jurídicas. O profissional PF tem menos poder de negociação em contratos, prazos e valores, o que impacta diretamente na receita e no crescimento profissional.
- Dificuldade de crescer e expandir o negócio: Como PF, há limitações legais e operacionais para contratar funcionários, expandir a estrutura, buscar crédito empresarial ou abrir um espaço próprio. A falta de formalização torna o processo de crescimento mais lento e menos seguro.

Quanto paga de imposto um nutricionista PF?
- Rendimento mensal: R$ 8.000
- IR estimado: R$ 864,00 (27,5%)
- INSS: até R$ 1.600
- Total de tributos: R$ 2.464,00
- Rendimento líquido: R$ 5.536,00

Quanto paga um nutricionista PJ?
- Faturamento: R$ 8.000
- Simples Nacional (Anexo III): 6% = R$ 480,00
- Pró-labore: R$ 1.518,00
- INSS sobre pró-labore: R$ 166,98
- Rendimento líquido: R$ 7.353,02
- Economia mensal: R$ 1.817,02
Qual o CNAE ideal para nutricionistas?
O CNAE 8650-0/02 – Atividades de nutrição é o código mais adequado para nutricionistas que desejam formalizar sua atuação como pessoa jurídica (PJ). Esse código permite que o profissional da nutrição atue de forma legal e reconhecida em diversas frentes, como em consultórios próprios, atendimentos domiciliares, escolas, empresas, academias e clínicas multiprofissionais. Trata-se de um CNAE bastante abrangente e flexível, o que favorece tanto o nutricionista autônomo quanto aquele que deseja estruturar um negócio mais robusto, como uma consultoria nutricional.
Para utilizar esse CNAE, é obrigatório possuir formação superior em Nutrição e registro ativo no CRN (Conselho Regional de Nutricionistas). Esse é um requisito indispensável, uma vez que a atividade de nutrição é regulamentada e fiscalizada por conselho de classe. Além do profissional, a empresa também precisa estar devidamente registrada junto ao CRN caso atue sob um CNPJ.
Outro ponto positivo é que esse CNAE se enquadra no Anexo III do Simples Nacional, que é um dos anexos mais vantajosos para prestadores de serviço da área da saúde. A alíquota inicial é de apenas 6%, aplicada sobre o faturamento bruto mensal, e ela aumenta de forma progressiva de acordo com a receita acumulada nos últimos 12 meses. Esse regime de tributação simplificado permite ao nutricionista ter menos burocracia, maior controle financeiro e uma carga tributária mais leve do que em regimes como o Lucro Presumido.
Esse CNAE é ideal para o nutricionista autônomo que deseja profissionalizar sua atividade, emitir notas fiscais, participar de licitações, firmar contratos com empresas e planos de saúde, ou até mesmo abrir sua própria consultoria nutricional com segurança jurídica e organização tributária. É uma excelente porta de entrada para quem deseja crescer de forma estruturada no mercado da saúde e bem-estar.
Fator R para nutricionistas
Fator R = (Folha de pagamento + pró-labore) ÷ Receita bruta
Se o resultado for maior que 28%, o nutricionista se mantém no Anexo III (alíquota menor). Caso contrário, vai para o Anexo V, com carga tributária maior.
Posso ser MEI como nutricionista?
Não. A atividade de nutrição exige obrigatoriamente formação superior em Nutrição e registro ativo no CRN (Conselho Regional de Nutricionistas), o que impede o enquadramento como MEI (Microempreendedor Individual). O MEI é uma categoria empresarial simplificada, criada para formalizar pequenos negócios que exercem atividades de baixo risco e que não exigem habilitação técnica nem regulamentação por conselho de classe. Por essa razão, profissões como médicos, fisioterapeutas, psicólogos, dentistas, advogados e, neste caso, nutricionistas, não podem ser enquadradas como MEI.
Apesar de o limite de faturamento do MEI parecer adequado para muitos nutricionistas iniciantes, o impedimento é legal e não pode ser contornado. Abrir um MEI para atuar como nutricionista configura exercício irregular da profissão, além de impedir o correto registro da empresa no CRN, o que pode acarretar multas e sanções éticas.
A alternativa correta e mais vantajosa é abrir uma empresa como SLU (Sociedade Limitada Unipessoal) — ideal para quem vai empreender sozinho — ou LTDA (Sociedade Limitada) — para quem deseja ter um ou mais sócios. Ambas são formas jurídicas permitidas no Simples Nacional, regime tributário simplificado que unifica impostos e pode oferecer alíquotas reduzidas a partir de 6%, dependendo do enquadramento no CNAE e do faturamento.
Além da economia tributária, ser PJ permite ao nutricionista emitir notas fiscais, firmar contratos com empresas, planos de saúde, convênios e prestar serviços para academias, restaurantes, escolas ou clínicas. Também facilita a contratação de equipe, a organização financeira e o acesso a crédito empresarial.
Formalizar-se da forma correta é essencial para atuar com segurança jurídica, credibilidade e condições de crescer profissionalmente no mercado de nutrição.
Documentos para abrir CNPJ como nutricionista
- RG e CPF
- Comprovante de residência
- Registro no CRN
- CNAE definido
- Endereço fiscal
- Ato constitutivo (SLU) ou contrato social (LTDA)
- Registro na Junta Comercial
- CNPJ
- Inscrição municipal
- Alvará de funcionamento

Benefícios de abrir empresa com a Castanha Consultoria
- Escolha do melhor regime tributário
- Cadastro do CNAE ideal
- Emissão de notas fiscais
- Gestão completa do Fator R
- Apoio contábil e financeiro personalizado
Nutricionista PJ precisa ter consultório?
Não. Você pode atuar como PJ mesmo atendendo:
- Em domicílio
- Em espaços compartilhados
- Em empresas ou escolas
- Online (teleconsulta autorizada pelo CRN)
Organização financeira desde o início
- Abra uma conta PJ
- Defina um pró-labore
- Separe finanças pessoais e da empresa
- Reinvista com planejamento
- Conte com uma consultoria especializada
PF ou PJ: qual é melhor para nutricionistas?
Se você é um profissional que busca crescer de forma consistente e sustentável, deseja aumentar sua renda líquida, reduzir legalmente a carga tributária sobre os seus ganhos e, ao mesmo tempo, ser reconhecido com mais seriedade e profissionalismo no mercado em que atua, então formalizar-se como pessoa jurídica (PJ) é, sem dúvida, a melhor e mais estratégica escolha para a sua carreira.
Ao atuar como PJ, você deixa de ser visto apenas como um prestador de serviço informal ou autônomo e passa a ser percebido como uma empresa séria, confiável e preparada para atender contratos maiores, fechar parcerias profissionais e até participar de licitações, firmar convênios com instituições, além de emitir notas fiscais, o que é um diferencial competitivo fundamental nos dias de hoje.
Além disso, ser PJ possibilita uma economia significativa em impostos, especialmente quando comparado com a atuação como pessoa física, onde as alíquotas podem chegar a 27,5% sobre os seus rendimentos. Como PJ, especialmente no regime do Simples Nacional, você pode pagar alíquotas iniciais a partir de 6%, de acordo com a sua atividade e faixa de faturamento, o que representa maior lucratividade e mais recursos disponíveis para reinvestir no seu próprio negócio ou carreira.
A formalização como PJ também abre portas para o acesso a linhas de crédito específicas para empresas, planos de saúde empresariais, separação do patrimônio pessoal e empresarial, e uma gestão financeira mais organizada e profissional. Por isso, se o seu objetivo é crescer, economizar e evoluir como profissional, tornar-se PJ não é apenas uma opção — é um passo essencial para alcançar novos patamares.
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